quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Mais Informações sobre a Chacina em Sta Rita do Passa Quatro

A morte de centenas de peixes após ovazamento de um poluente da Usina Santa Rita, no dia 4 de outubro, vai afetar a Piracema, período de reprodução dos peixes, que ocorre a partir de novembro, de acordo com o Centro de Pesquisa e Treinamento Aquicultura (Cepta) de Pirassununga (SP). Entre as espécies que morreram, estavam algumas raras e ameaçadas de extinção. Segundo o órgão do Ministério do Meio Ambiente, o desastre ecológico já é considerado o terceiro maior da história do Rio Mogi Guaçu.
Segundo os pesquisadores, peixes que estavam prontos para a reprodução na Piracema morreram e a natureza vai levar cerca de seis anos para se recuperar. “Mesmo que outros peixes da mesma espécie desovem, a genética foi alterada. Vai ter prejuízo, com certeza. Considerando que a maior parte das espécies que morreram demora três anos para atingir a maturidade. A gente considera que só após a segunda desova que o sistema começa a voltar ao normal. São no mínimo seis anos para começar a voltar ao normal”, afirmou o analista ambiental do Cepta, Paulo Cecarelli.
DesequilíbrioTécnicos do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais avaliaram os estragos e um laudo preliminar revelou que pelo menos 25 espécies de peixes morreram, entre elas, o peixe sapo, ameaçado de extinção e que também é criado em cativeiro no laboratório. Os pesquisadores encontraram até um pintado de 15 anos, com 1 metro e meio de comprimento.
O acidente em Santa Rita do Passa Quatro ocorreu em uma das lagoas de contenção de resíduos de uma usina de cana se rompeu. Uma mancha escura tomou conta da água. De acordo com o relatório do Cepta, o poluente percorreu cerca de 110 quilômetros, de Santa Rita até Guatapará, na região de Ribeirão Preto.
Morte de peixes afetará o período da Piracema no Rio Mogi Guaçu (Foto: Reprodução/EPTV)Morte de peixes afetará o período da Piracema
no Rio Mogi Guaçu (Foto: Reprodução/EPTV)
O pesquisador afirma que a mortandade causa um desequilíbrio em todo o ecossistema. “Considerando que o Rio Mogi Guaçu desemboca no Rio Pardo e o Pardo no Rio Grande. Isso é um ecossistema interligado. Qualquer acidente que afete qualquer parte de qualquer um desses rios, vai afetar todo um ecossistema”, disse Cecarelli.
Usina
A assessoria de imprensa da Usina Santa Rita confirmou o rompimento da represa de contenção, mas alega que havia apenas água de chuva e de nascentes, sem qualquer produto químico. A empresa informou ainda que vai trabalhar junto com os órgãos ambientais para apurar as causas do acidente.
A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) promete concluir até o fim da semana as análises de laboratório para determinar as causas da mortandade. A partir disso, a penalidade para os responsáveis será definida.
Fonte: g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao
Sónabóia: Quem foi Preso mesmo?

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