terça-feira, 5 de novembro de 2013

Aproveitaram, porque Agora só em Fevereiro

Com a temporada de pesca terminando, o final de semana passado foi bastante movimentado em Corumbá. No Porto Geral, turistas e moradores daqui mesmo aproveitaram o sábado e domingo – últimos antes do início do período de defeso – para jogar o anzol nas águas do rio Paraguai e esperar a hora da fisgada. 
A pescaria foi a principal atividade nas barrancas ou nos barcos. A proximidade do fechamento da temporada foi a senha para que os amantes da natureza e apaixonados por uma boa pescaria buscassem os rios pantaneiros como refúgio. “Vim só para pescar”, contou o cantor Evandro Campos antes de entrar num barco ao lado da mulher, irmão e pai para aproveitar os últimos dias de pesca do ano no Pantanal corumbaense.
“Sou daqui de Corumbá mesmo, mas moro em Campo Grande há 12 anos. Esse é o último final de semana para pescar, tive que dar um jeito de vir para cá pescar”, disse a este Diário. “Em Campo Grande sou bom pescador, lá eu falo que sou do Pantanal e que sou bom. Tomara que eu traga alguma coisa [algum peixe]”, afirmou em tom de brincadeira. Evandro tinha, na verdade, a expectativa de apenas aproveitar os momentos em contato com a natureza para descansar a mente: “com um rio desses, não tem como não relaxar”, completou.
Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Grupo veio de Campo Grande para aproveitar último final de semana de pesca liberada no rio Paraguai
Aline Harada, mulher de Evandro, habituada aos pesque e pague da capital sul-mato-grossense, resolveu encarar a pesca no rio Paraguai e estava bastante animada. “Sou filha de gente que gosta muito de pescar. Meu pai é fissurado em pesca de rio, sempre tentou me levar, mas nunca quis ir e agora vou arriscar. Vim para pescar mesmo, mas em rio nunca pesquei, sou pescadora de pesque e pague”, concluiu.
Também vindo de Campo Grande, o representante comercial, Adriano Duarte, aproveitou o último final de semana com a pesca aberta no rio Paraguai. Ao lado de amigos, ele entrou num barco na prainha, no Porto Geral, com uma ideia fixa: relaxar. “Sou mau pescador, mas vamos tentar tirar alguma coisa desse riozão. Vale para esfriar a cabeça para segunda-feira estar pronto para trabalhar”, disse.
Pesca fica proibida a partir de amanhã; desrespeito pode levar à prisão
Começa amanhã, 05 de novembro, a proibição da pesca nos rios de Mato Grosso do Sul. Até 28 de fevereiro do ano que vem e 2014, não é permitido pescar nas bacias hidrográficas dos rios Paraguai e Paraná, incluindo os lagos e lagoas, os alagados, os canais e os banhados marginais aos cursos d'água. A pesca de barranco, muito comum em Corumbá, também ficará proibida durante a Piracema.
 Os quatro meses de defeso estão definidos na resolução nº 024 da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac). A regulamentação estipula que "no mês de fevereiro, somente na calha do rio Paraguai, será permitida a pesca amadora quando executada exclusivamente no sistema de pesque e solte".  Neste período ficará permitida a pesca de subsistência - para garantir a alimentação familiar, sem fins comerciais - na bacia hidrográfica do rio Paraguai, de forma desembarcada ou em barco a remo e utilizando exclusivamente apetrechos do tipo caniço simples, linha de mão e anzol, sendo vedados a comercialização e o transporte do pescado. Nesse caso, a cota diária permitida por pescador, para retirada dos rios, é de três quilos de pescado ou um exemplar de qualquer peso. Sempre observando os tamanhos mínimos estabelecidos pela legislação.
Representante comercial aproveitou o final de semana de pesca para descansar
Quem não obedecer às regras está sujeito à multa que varia de R$ 700 a R$ 100 mil, além de ter que pagar um acréscimo de R$ 20 por cada quilo de pescado irregular apreendido. Há ainda a possibilidade de prisão em flagrante e a apreensão de todo o material utilizado na pesca irregular.  Por este crime ambiental, o pescador pode pegar uma pena de um a três anos de detenção, caso seja condenado.
A resolução fixa ainda o segundo dia útil após o início do defeso da piracema como prazo máximo para declaração ao Órgão Estadual de Meio Ambiente competente, dos estoques de peixes in natura, resfriados ou congelados, provenientes de águas continentais, existentes nos frigoríficos, peixarias, entrepostos, postos de venda, restaurantes, hotéis e similares.

Fontediarionline.com.br

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