quarta-feira, 5 de junho de 2013

Cultivo de Tilápia - em Itaipu

Cultivo de tilápia no Lago de Itaipu pode dobrar produção de pescado

Criação é permitida pelo Ibama, mas depende de acordo com o Paraguai.

Produção da espécie no reservatório é solicitada por pescadores da região.


O incentivo à criação de tilápia no reservatório da Usina de Itaipu, no oeste do Paraná, pode dobrar a produção nacional de pescado noBrasil. A estimativa do ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, é baseada na capacidade do parque aquícola do reservatório. 

Por ano, a pesca artesanal e a criação de pacu em tanques-redes no lago é responsável pela produção de 4 mil toneladas de peixe. Projetos de estímulo à pesca são desenvolvidos desde 2003 com pescadores e indígenas da região.


“Basta termos a liberação da tilápia no reservatório de Itaipu para obtermos uma produção de 400 mil toneladas de peixe apenas no lago da usina. Hoje, o país todo produz 500 mil toneladas”, disse o ministro na noite de terça-feira (4) durante a abertura do 1º Encontro Regional das Superintendências Federais da Pesca e da Aquicultura das Regiões Sul e Sudeste. O evento segue até sexta-feira (7).

O cultivo da espécie no Lago de Itaipu é uma das reivindicações dos pescadores da região para o aumento e diversificação da produção pesqueira na região. A criação de tilápia no reservatório é permitida pelo Ibama, mas ainda depende de um acordo entre Brasil eParaguai, que restringe o cultivo de espécies que não são consideradas típicas da região. A norma faz parte do decreto 4526/2002.

“Somente com Itaipu podemos dobrar a produção de pescado nacional, com apenas 1% das águas do lago, e chegar a R$ 6 bilhões de renda”, reforçou Crivella ao adiantar que o governo brasileiro sinaliza para a liberação, porém precisa avançar nas negociações com o Paraguai, que já teria se manifestado favorável à mudança no acordo, ainda sem prazo definido.

De acordo com o diretor geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, está comprovado que a tilápia não causa nenhum impacto ambiental. “Ela já é encontrada em grande quantidade no Rio Paranapanema, não é predadora nem carnívora”, afirmou. “Temos 135 mil hectares de lâmina d’água e uma base científica que pode contribuir para o desenvolvimento da aquicultura.”

Criação de peixes em tanques-redes no lago teve início em
2003 (Foto: Alexandre Marchetti / Itaipu Binacional)

Alternativa
Em março, Samek recebeu um abaixo-assinado com 1,8 mil assinaturas pedindo a liberação do cultivo de tilápia no reservatório como alternativa para o aumento e diversificação da produção.

A reivindicação foi repassada a Crivella, que recebeu outros pedidos diretamente dos pescadores como facilidades para o abatedouro e a liberação de certificações municipais e estaduais e junto à vigilância sanitária, além de cursos técnicos para abate.

Segundo o representante da Associação de Pescadores Artesanais de Guaíra e Região, Ivo dos Santos, mais de 300 pessoas dependem dessa mudança apenas em Guaíra. “A pesca artesanal no rio não dá mais para nosso sustento. Se liberarem a tilápia, que tem mais aceitação entre os consumidores, vai melhorar e muito a nossa renda”, observou. “Esperamos também que haja melhoria na liberação dos recursos, para que ele chegue às mãos do pescador.”

Atualmente somente os parques aquáticos instalado no lago de Itaipu - o primeiro do país – e nas represas de Castanhão (CE), Ilha Solteira (MS, MG e SP), Furnas (MG), Três Marias (MG) e Tucuruí (PA) têm capacidade de produção de 269 mil toneladas de pescado por ano. Somente no reservatório da binacional são mais de 800 pescadores profissionais cadastrados.

Fonte: g1.globo.com

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