Pesca clandestina ameaça mais de 100 espécies em lago de reserva no Amapá
Lago de reserva biológica pode desaparecer com pesca ilegal; 139 espécies de animais correm risco de extinção.
Vista aérea da Reserva Biológica do Lago Piratuba. Foto: Divulgação/ IEF.
MACAPÁ - Apesar de ter entrada proibida, pescadores invadem ilegalmente a Reserva Biológica do Lago Piratuba, no extremo Leste do Amapá.
A atividade predatória acontece desde outubro do ano passado e causou desmatamento completo de um trecho de mata fechada.
Isto gerou acesso criminoso à reserva por uma área de mangue chamada Boiado.A retirada da vegetação nativa na área de Boiado resultou em uma espécie de canal que tem levado água do Oceano Atlântico ao Lago Piratuba.
A entrada da água salgada pode “matar” o lago, segundo avaliação do biólogo do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), Eduardo Marques. “Todas as espécies que ali habitam podem sofrer alteração e até ser extintas”, alertou.
A Reserva Biológica do Lago Piratuba existe desde 1980 e tem 357 mil hectares de extensão, integrando o Corredor de Biodiversidade do Amapá – correspondente a 72% da área do Estado. Ambientalistas consideram a região um berçário ecológico, pois abriga 139 espécies de aves, entre elas garças, guarás, taquiris e maguaris.
O local também é usado por tartarugas da amazônia no período de desova.Durante uma fiscalização do Instituto Chico Mendes e o Batalhão Ambiental, em janeiro deste ano, foram apreendidas sete embarcações que praticavam pesca na reserva.
Os donos dos barcos e a tripulação ainda respondem processo administrativo e criminal.
Invasão do mar
Na reserva existe uma comunidade chamada Vila do Sucurijú, com cerca de 600 moradores. Eles construíram seis barreiras de madeira para tentar impedir a entrada do mar. Mas durante o inverno amazônico (maio a novembro), o esforço acaba sendo ineficaz.A reserva é formada formada por extensos campos inundáveis, um sistema de lagos e uma estreita faixa de floresta de várzea, acompanhando o Rio Araguari. Há forte presença de manguezais, entre eles, o mangue-vermelho e o mangue-amarelo. Em decorrência dos diferentes ecossistemas, a região atrai espécies de aves migratórias. Nos campos das planícies alagadas vivem capivaras, lontras, preguiças, entre outros animais. O turismo na reserva é proibido.Somente em janeiro deste ano, o Batalhão Ambiental montou um posto policial na sede do ICMBio, dentro da reserva.
Fonte: portalamazonia.com.br
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