domingo, 15 de dezembro de 2013

Dicas de Pesca - da Traíra

Traíra ou lobó é um peixe carnívoro, de água doce, da família Erythrinidae. A traíra pertence a um grupo de peixes desprovidos de nadadeira adiposa. É um dos peixes mais populares do Brasil, presente em quase todos os açudes, lagos, lagoas e rios. Nas regiões que oferecem boa alimentação, é comum que atinjam 69 cm de comprimento e alguns exemplares excedem 4 Kg. Sua pesca é feita de anzol, com isca de peixe ou carne; as traíras de mais de 1,3 Kg só costumam atacar iscas em movimento, como as artificiais.
Deve-se ter cuidado ao manipulá-la, pois costumam dar mordidas muito dolorosas e que sangram abundantemente. É indesejável em piscicultura, pois se alimenta vorazmente de alevinos e peixes jovens de outras espécies. Tem marcada predileção por sombras e escuridão. Devido às características carnívoras e à sua predileção pelas sombras e escuridão, o vocábulo "traíra" também é utilizado como gíria no Brasil para identificar o indivíduo traidor, que age nas sombras, sorrateiramente delatando ou prejudicando seus colegas. 


A traíra é, depois do lambari, talvez o peixe mais encontrado no Brasil, pois basta ter um fio de água para que ela se faça presente. É um peixe voraz, briguento, completamente territorial e muito esportivo. Possui dentes afiadíssimos e todo o cuidado é pouco no seu manuseio, pois além de tudo ela é extremamente lisa e escorregadia. A traíra é mais ativa quando a água está quente, com temperatura acima de 18ºC. Ela habita locais de água parada e com vegetação aquática abundante. Pedaços de madeira, troncos caídos, latas, etc., são um ótimo esconderijo para as traíras. Nos meses frios se enterram no fundo para suportarem a baixa temperatura da água. 

A pesca com iscas artificiais é uma ótima opção para quem deseja capturá-las. Quanto às iscas naturais, pequenos peixes ou mesmo pedaços, rãs e minhocas são parte de seu cardápio predileto. Tanto na pesca com iscas artificiais, ou então com as tradicionais varas de bambu, um líder grosso ou um empate de aço são recomendados, pois seus dentes são muito afiados. Se você estiver pescando com anzol simples, este deve preferencialmente ser de perna comprida, pois é uma segurança a mais. Não se deve confundir a traíra com o trairão da amazônia, que pode chegar a um metro de comprimento e atingir um peso de até 18 quilogramas. 

A emoção de se fisgar uma traíra é inesquecível, pela voracidade com que ataca as iscas e pela emocionante briga antes de se entregar. Procure sempre tentar pescá-la em meio a ramificações próximas às margens dos rios. Se houver um camalote então, não existe em jogar o seu anzol no meio dele, fazendo movimentos que levem a isca ao fundo e à superfície seguidamente. Caso ela escape de seu anzol, não desanime: coloque outro e tente novamente, pois, com certeza, ela vai atacar de novo. Já tive experiências no rio Suiá-Miçu, onde o Ronaldo, do Rei do Rio, capturou um trairão que já havia lhe arrebentado duas linhas e ele veio com os três anzóis fixados em sua boca.
PorJosé Silvestre Vieira - Aposentado e pescador
Fontejornalcorreiodacidade.com.br

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