segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Isso mesmo - Devolve tudo

A Agência de Pesca do Amapá (Pescap) começa o estudo para mapear o Lago Pracuúba e devolver às comunidades dos pescadores o tucunaré, espécie que pode ficar em extinção em alguns anos, se continuar a pesca predatória na região.
De acordo com o engenheiro de pesca, Anderson Pantoja, a captura ilegal de peixes como o pirarucu, na Região dos Lagos, nos municípios de Amapá, Tartarugalzinho e Pracuúba, é proibida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), por meio da Portaria 204, que estabelece o defeso no período de cinco anos. Essa severa experiência é uma advertência para que os pescadores de Pracuúba e de outras localidades, que capturam o tucunaré na Região dos Lagos, não venham também amargar.
“Já há uma ação de governo positiva dentro da Reserva Biológica do Lago Piratuba com o manejo sustentável do pirarucu. Os pescadores do Sucuriju realizaram o manejo sustentável de 25 toneladas da espécie em 2012. Esse mesmo modelo pode ser aplicado para o Lago Pracuúba”, pontuou.
Para o engenheiro Anderson, existe um parecer favorável do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema) para providênciar o mapeamento do Lago em Pracuúba, o que resolveria a problemática de falta de peixe no período de escassez do alimento. “Isso somente é possível caso ocorra um Termo de Compromisso (TC) entre o Instituto Chico Mendes (ICmbio) e a Cooperativa de Pescadores de Pracuúba, ponderou.
Dentre os benefícios desse tipo de manejo sustentável está a perspectiva socioeconômica e ambiental. Na primeira, os pescadores conseguem agregar valor a subprodutos do peixe no aproveitamento do couro, na confecção de bolsas e sapatos e as escamas como material artesanal para a produção de saias e pulseiras.
“No segundo, ampliar o povoamento do pirarucu jovem, que ficam presos nas valas dos rios com a estiagem na Região dos Lagos, que podem ser transportados para outros espaços como o Lago de Pracuúba”, afirmou o presidente da Associação de Pesca do Amapá, Edu Tavares.
“Os alevinos do pirarucu e dos tucunarés podem ser reproduzidos em cativeiro e o excedente pode ser devolvido ao meio ambiente dentro do conceito de compensação ambiental”, concluiu Anderson.
Para o engenheiro de pesca Clésio Cardoso, essa iniciativa de mapear o Lago Pracuúba pela Pescap é mais uma iniciativa positiva do Governo do Amapá dentro da política pública de incentivo à melhoria de alimentos, que o Estado amplia com a atividade da piscicultura e que o estoque do tucunaré possa ser recomposto nesse habitat.

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