Os pescadores bem informados sabem que no rio Teles Pires, abaixo das Sete Quedas, é o local onde são capturados os maiores exemplares da bacia Amazônica, principalmente de peixes de couro, tal como jaus, piraíbas e pirararas. Não se sabe precisamente o motivo que leva os peixes a preferirem determinados trechos de alguns rios.
Esta introdução serve para que eu faça uma comparação, aparentemente sem nenhuma lógica, mas que serve para fazer um plágio sobre a Morada dos gigantes.
Estivemos no último fim de semana pescando no córrego dos Veados (eu, Maurício Sapinho, Chico Piraguara e Chiquinho). O local, descoberto recentemente pelos pescadores de Lafaiete, realmente não tem comparação quando o assunto é pescaria de lambaris.
Não é difícil fisgar muitos lambaris grandes, mas entre eles, de vez em quando pegamos alguns exemplares, que quando colocados na palma da mão, nos deixam em dúvida se realmente trata-se de um lambari do rabo vermelho, pelo seu tamanho e largura. Por este motivo fiz a citação inicial sobre a morada dos gigantes.
Naquela região realmente moram os pais e os avós dos lambaris do rabo vermelho. Com a experiência de quem pesca lambaris a mais de cinqüenta anos, posso afirmar com certeza que, talvez existam locais que tenham lambaris daquele tamanho, mas certamente maiores que aqueles não existe. O local, próximo à cidade de Dores do Indaia, tem outros pequenos rios também com bom potencial de pesca, devido à proximidade com o rio São Francisco (todos são afluentes do velho Chico) dentre eles os mais famosos são Jorge, Jorginho, Jorgão e dos Porcos.
Certamente ainda existe abundância de peixes devido à distancia de Lafaiete, são nada menos que 330 Km viajando pela BR-262, o que inviabiliza o bate-volta, sendo aconselhável pernoitar em Dores do Indaia, cidade com 18000 habitantes e um pessoal muito tranqüilo e receptível. Conversando com o Diniz, dono da pousada onde pernoitamos, comentamos que a fartura de lambaris ficaria bastante prejudicada se os pescadores de Lafaiete começassem a freqüentar o local, sendo que o mesmo retrucou dizendo que seria um prazer, já que na região o lambari é considerado uma praga que nunca vai acabar, pois segundo ele, em qualquer curso d’água, por menor que seja, é muito grande a incidência dos mesmos.
Realmente, os poucos pescadores que encontramos, não se dedicam a pesca de lambaris, preferindo tentar outros peixes, também presentes na região, tais como piranhas, piaus, curimbas e tabaranas. Por ser um afluente do São Francisco, realmente espécies maiores estão presentes, principalmente nesta época do ano, quando o volume de água ainda está bom. Alguns peixes que subiram para desovar ainda não voltaram para o leito do rio principal, e muitos nem voltaram, ficando por ali devido as boas condições de sobrevivência (falta de poluição, matas ciliares intactas, muita estrutura submersa etc.).
Eu mesmo, pescando lambaris, tive duas ações de peixe grande (provavelmente piau verdadeiro), usando material leve, o peixe não tem dificuldades em escapar arrebentando a linha. Já estou sabendo de turmas de Lafaiete que estão visitando a região com mais freqüência. Assim que os pescadores tiverem a oportunidade de conhecer a qualidade dos lambaris certamente a presença deles será marcante, e aquela máxima que diz “onde quer que for pescar , seja que dia for, certamente encontrará um carro com placa de Lafaiete” vai se confirmar.
A propósito, segundo informações do Luiz Fernando, só não encontrei com seu irmão (o roliço Bill), por que o mesmo estava pescando um pouco acima, no mesmo rio. Todos os companheiros pegaram muito, incluído o Piraguara, que não é muito de ficar andando na beira do rio, tendo colocado sua cadeirinha encima da ponte, não saindo do local, ainda assim conseguiu fisgar, além de muitos lambaris, dois piaus verdadeiros de bom tamanho, e um dourado pequeno, que foi prontamente devolvido para a água.
Vale à pena conferir.
Fonte: jornalcorreiodacidade.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário