segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

As Espécies mais estranhas do Mundo "Aquático"

Há quase 28 mil espécies conhecidas de peixes em nossos rios e oceanos. Deste total, dá para contar nos dedos quais não têm uma cara bem esquisita. Não há muitas exceções. Com isso em mente, nos aventuramos pelas fotos dos peixes mais estranhos do mundo e escolhemos os nossos preferidos.

20. Opistognathus aurifrons

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Membros da família Opistognathidae, os jawfishes poderiam ter seu nome em inglês facilmente traduzido para “peixe-mandíbula”. E não é para menos. Estes peixes abrigam os ovos de sua fêmea dentro de sua bocapara proteger os seus recém-nascidos de predadores – não que este abismo cheio de dentes seja a melhor definição de segurança que nós conhecemos. Porém, não se preocupe: o jawfish normalmente come plâncton, não nadadores humanos.

19. Peixe-lua

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Com grandes espécimes atingindo mais de 4 metros verticalmente e pesando mais de 2 toneladas, o peixe-lua é o peixe ósseo mais pesado conhecido no mundo. Mais parecido com um dirigível do que com um animal, este gigante sem escamas é coberto por uma pele grossa e elástica, que é conhecida por hospedar mais de 40 parasitas diferentes – tantos, que alguns de seus parasitas têm parasitas.
Um único peixe-lua fêmea pode produzir até 300 milhões de ovos por ninhada. Isso mesmo que você ouviu: trezentos milhões. Isto garante à espécie um lugar ao sol no Guinness Book of World Records. Após a eclosão, os milhões de mini-luas parecem muito pouco com suas contrapartes adultas. Com uma barbatana primordial caudal, nadadeiras peitorais largas e espinhos espalhados pelo corpo, peixes-lua larvais parecem muito com seus parentes tetraodontiformes, o baiacu. À medida que se desenvolvem, a nadadeira caudal se curva para dentro e a clavus (aquele estranho leme traseiro) é formada a partir de extensões dorsal e anal dos raios da barbatana.
Ainda não o considera estranho o suficiente? Então adicione um bico nesse peixe. Os peixes-lua usam seu bico fundido juntamente com uma forte sucção para manipular presas​​, e deixam que os dentes da faringe, placas semelhantes a garras que existem em suas gargantas, façam a mastigação.

18. Chaunax endeavouri

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Esta criatura nem um pouco atraente é encontrada na costa leste da Austrália, onde ele gosta de ocupar áreas barrentas do fundo do oceano. É tecnicamente um tipo de “sapo do mar”, justamente por preferir ficar perto do solo e por sua cauda ser pequena, enganando os mais desatentos. Com um corpo flácido, ele também engana suas presas com uma isca pendurada entre seus olhos, que pode ser escondida em seu focinho.

17. O peixe-papagaio

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Sem meias palavras: este peixe é nojento. Algumas espécies de peixes-papagaio se protegem durante a noite através da secreção de um “casulo de muco” antes de ir dormir. O casulo envolve o peixe e esconde o seu cheiro, o que não tem mal nenhum. Isso até o momento em que lembra que casulo é feito de muco. Imagine se você, todas as noites, tivesse que abrir mão do seu edredom e passar a se enrolar em um cobertor de ranho. Pronto, agora você já entendeu o quão nojento ele é.
Além disso, os excrementos do peixe-papagaio são em grande parte compostos de minúsculos grãos duros de coral, que se depositam no fundo do oceano e passam a fazer parte do substrato. Em outras palavras? Eles defecam areia. Muita areia – algo em torno de uma tonelada por peixe, por ano. E não é qualquer areia, mas a bela, reluzente, tropical, paradisíaca areia branca. Lembre-se disso quando estiver tomando seu drink em um guarda-sol à beira mar em alguma praia turística.

16. O peixe cabeça-de-cobra

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O cabeça-de-cobra é um superstar da telinha. Ele já foi destaque em programas e seriados de TV como “CSI: NY”, “Frankenfish”, “Swarm of the Snakehead” e “River Monsters”. Se você fala um pouco de inglês e entende alguma coisa da programação de TV internacional, deve ter notado que nenhum desses programas tem uma energia muito otimista.
Isto se dá porque ele é um predador do topo da cadeia alimentar, não tendo concorrência em seu habit natural. Como se espalhou por diversos rios do mundo e não encontrou competidores à altura, se transformou em uma verdadeira praga e foi classificada como espécie invasora, já que causa danos ao meio ambiente. A cereja do bolo? Ele consegue respirar e se mover fora d’água, ainda que seus músculos peitorais não sejam fortes o suficiente para que ele se transforme num perseguidor terrestre.
Entretanto, o cabeça-de-cobra não é de todo ruim. A espécie é uma iguaria na Birmânia e no Vietnã. É melhor colocá-lo na panela antes que ele coma você, sua família e seus amigos mais queridos.

15. O peixe-ogro

DEEP SEA FISH
O peixe-ogro é outra amostra de aparência e nome assustadores, porém, na verdade é bastante inofensivo para os seres humanos. O nome do peixe vem de sua cara mal humorada, provida de dentes parecidos com presas, que são desproporcionalmente grandes em comparação com seu pequeno corpo. Então, por que o peixe-ogro parece tão infeliz? Nosso melhor palpite é a frustração de ser tão pequeninho, ainda que as revistas insistam em dizer que tamanho não é documento.

14. O peixe-serra

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Os peixes-serra já são conhecidos de muita gente, contudo nem todo mundo tem ideia do que estas criaturas escondem. Vamo exemplificar usando a espécie Anoxypristis cuspidata, que foi apelidada de “knifetooth” (“dente de faca”). O seu focinho semelhante a uma lâmina tem de 18 a 22 pares de dentes laterais, o que dá a este tubarão uma aparência única. E também faz com que nos perguntemos, “O que você estava pensando, evolução?!”. Os dentes no seu focinho não são usados ​​para a mastigação, mas sim como um rastreador e uma arma.
A serra é coberta de poros minúsculos ampulares, que permitem que o peixe-serra capte os campos elétricos produzidos por peixes e outras presas. Uma vez localizados, aquela serra torna-se uma espada longa usada para atordoar e empalar seus alvos. Na realidade, algumas espécies de peixe-serra têm o poder de cortar com força suficiente para dilacerar completamente a sua presa.

13. O tubarão-duende

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Quem chamou essa criatura de tubarão-duende estava sendo gentil diante de tamanha estranheza. O peixe tem um focinho longo e liso saindo de sua cabeça, o que, como qualquer um pode imaginar, é um pouquinho estranho, esteticamente falando. Felizmente, o focinho diminui proporcionalmente conforme o tubarão envelhece, de forma bem semelhante ao que acontece com o ego embaraçosamente grande de um macho humano, que tende a diminuir à medida que ele fica mais velho.

12. O cavalo-marinho

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Os cavalos-marinhos, apesar de não parecerem, são de fato peixes – e ninjas. O nome do seu gênero, Hippocampus, deriva das palavras gregas Hippos, que significa “cavalo”, e Campus, que significa “monstro marinho”. Ok, pequenos cavalos-monstros, isso é bastante simples. Porém, não há nada simples a respeito deles.
Por mais longe que as adaptações evolutivas vão, os cavalos-marinhos são um saco de surpresas. Seus olhos se movem de forma independente, seu longo focinho tubular lhes permite passar despercebido quando perseguem suas presas, e uma bolsa ventral permite que os machos deem à luz a filhotes vivos. Como se isso não fosse suficientemente estranho para um peixe minúsculo, cavalos-marinhos estão escondendo mais uma adaptação interessante em sua cauda preênsil parecida com a de um macaco: superforça.
Caudas do cavalo marinho são compostas de trinta e seis segmentos ósseos. Cada segmento é constituído por quatro placas de canto em forma de L, ligadas por pequenas articulações. Quando expostas à pressão, como por exemplo, o bico esmagador de uma tartaruga marinha, estas articulações permitem que as placas ósseas deslizem e rodem livremente umas sobre as outras sem serem danificadas. Os ossos da cauda podem ser comprimidas em cerca de 60% da sua largura original, antes de ocorrerem danos permanentes à coluna vertebral. Desculpe, Tony Stark, mas os cavalos-marinhos já usavam uma armadura do Homem de Ferro bem antes de você.

11. O peixe-pedra

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Rochas pode ser perigosas se jogadas com muita força na direção do rosto de alguém, mas não são nada em comparação com os peixes que se parecem com rochas. O peixe-pedra é um dos peixes mais venenosos do mundo e não é preciso ir assim tão longe para topar com um, já que eles vivem na costa do Caribe e do estado norte-americano da Flórida, assim como na região Indo-Pacífica. O veneno do peixe-pedra pode até mesmo ser fatal para os seres humanos se a ferida não for tratada. Além disso, uma ferroada desse bicho é certamente inesquecível: está entre as mais doloridas do mundo e a sensação agoniante não pode ser amenizada nem mesmo com morfina.

10. Chionodraco rastrospinosus

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Qualquer peixe nativo do Oceano Antártico, um dos ambientes mais extremos do mundo, está destinado a ter a sua parcela de estranheza. Para o Chionodraco rastrospinosus, esta parcela vem sob a forma de sangue transparente.
O sangue deste peixe carece de hemoglobina, uma proteína encontrada nas células vermelhas do sangue de todos os outros animais vertebrados. A hemoglobina não só dá o sangue oxigenado a sua cor vermelha, mas funciona como um agente que carrega e fornece oxigênio para os músculos e órgãos que necessitam. O Chionodraco rastrospinosusé capaz de funcionar sem esta importante proteína porque, a temperaturas frias, o oxigênio é dissolvido mais facilmente no plasma (o componente líquido do sangue), que por sua vez é absorvido pelos músculos. Essencialmente, é como pular o intermediário no processo de oxigenação.
Eles também têm um sistema circulatório impressionante, que bombeia o sangue a uma taxa cinco vezes mais rápida do que o peixe médio. Isso pode contribuir para a capacidade do peixe de sobreviver sem a hemoglobina, porém as origens desta estranha característica permanecem um mistério.

9. O peixe-psicodélico

Species in MIllions
Este impressionante peixe colorido é uma descoberta recente no mundo da ciência. Apesar de ter sido visto há 20 anos, o peixe-psicodélico (Histiophryne psychedelica) não tinha sido catalogado até 2009. Hoje ele é reconhecido como um membro da família de peixes-sapos. Além das cores vibrantes e da aparência espalhafatosa, também chama a atenção o fato dele ter olhos frontais, e não um em cada lado do rosto, como normalmente têm os peixes.

8. Macropinna microstoma

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Comparado com outros peixes de águas profundas, o Macropinna microstoma é bastante normal. Ele possui muitas das características clássicas: escamas, nadadeiras peitorais e caudal, cabeça transparente, narinas… Espera, o quê?!
Isso mesmo. Este incrível peixe de profundidade abriga sua cabeça em um escudo transparente cheio de fluido. As manchas escuras que você vê acima da boca do peixe são cápsulas que abrigam órgãos olfativos do peixe, bem como nossas narinas. Os olhos reais, que são marcados por lentes esféricas verdes, são tremendamente sensíveis à luz, e protegidos por um fluído dentro do escudo.
Esses olhos virados para cima permitem ao Macropinna microstoma captar sombras tênues acima de si. Mas como, então, ele é capaz de ver a presa na frente de sua boca? Rotação. Quando ele muda de uma posição horizontal para a vertical, os olhos giram dentro do escudo e permanecem fixos no alvo, permitindo-lhe capturar pequenas presas ou evitar a captura.

7. O lobo-marinho

Mission Atlantic marine life - WWE
Você pode esperar que o lobo-marinho seja semelhante a alguma fera, especialmente levando em consideração que ele pode atingir mais de 2 metros de comprimento, contudo, na verdade, o esquisitão é bem manso. O lobo-marinho se esconde em cantos e cavernas ao longo do fundo do oceano, se alimentando de invertebrados de carapaça dura, como moluscos. Julgando a partir desta foto, uma consulta ao dentista não faria mal a ele.

6. Sargo-de-dentes

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Já vimos nesta lista vários peixes que têm dentes para lá de inusitados. O caso do sargo-de-dentes, porém, é diferente. Ele não tem dentes bizarros – pelo contrário, é provável que os dele sejam mais bonitos do que os meus.
“Um sargo-de-dentes adulto totalmente crescido terá incisivos bem definidos posicionados na frente da mandíbulae e molares definidos em três fileiras no maxilar superior e duas fileiras na mandíbula inferior”, explica a escritora científica Becky Crew.
Como os seres humanos (e outros onívoros), essa combinação de dentes permite que o sargo-de-dentes se alimente de uma infinidade de diferentes presas em todo o seu desenvolvimento. Isso é especialmente útil para um peixe que se move livremente pela água salgada, salobra e doce. De sorver vermes ao esmagamento das conchas de crustáceos, este peixe está pronto para se banquetear em vários habitats.

5. Gobião de Stimpson

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Falando de peixes que se deslocam entre a água salgada e doce, que tal um que escala paredes usando a sua boca? O gobião de Stimpson (Sicyopterus stimpsoni) é o “Prince of Persia” dos gobiões. Nativo das ilhas havaianas, muitas espécies de gobiões sobem cachoeiras atingindo dezenas de metros de altura, mas o gobião de Stimpson vai ainda mais longe.
Através da locomoção conhecida como “inching”, este peixe do tamanho de um dedo pode subir cachoeiras de até 100 metros de altura. “Para um ser humano percorrer a distância equivalente com base no tamanho do corpo, seria como fazer uma maratona de 42 km – com a exceção de subir uma face vertical de penhasco contra uma corrente de água incessante”, explica o pesquisador Richard Blob.
Tudo isso é possível graças a uma ventosa oral distintiva que se desenvolve à medida que a boca muda de uma posição terminal para uma sub-terminal. Estamos falando de metamorfose craniana – em apenas dois dias. É praticamente inacreditável.

4. Himantura dalyensis

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Himantura dalyensis é uma arraia e figura entre os maiores peixes de água doce do mundo. Estes gigantes magníficos podem alcançar cerca de 5 metros do nariz até a ponta da cauda. Para colocar isto em perspectiva, a altura média de uma parede em uma casa ocidental é de 2,5 metros. Olhe para a parede, agora imagine uma arraia que é duas vezes mais longa que ela.
Estas arraias gigantes habitam os fundos de estuários e grandes rios na Tailândia, Bornéu, Nova Guiné e norte da Austrália, e como o nosso amigo, o peixe-serra, usam um sistema eletrossensorial para rondar o leito do rio em busca de alimento.
Pouco se sabe sobre esta criatura etérea e mais pesquisas são necessárias para determinar o seu uso do habitat, parâmetros biológicos e as principais ameaças para que os esforços de conservação possam ser melhorados.

3. Candiru

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Agora alguém pode (em boa posição moral) fazer uma lista de peixes estranhos, sem incluir o famoso “peixe pênis”? Acho que não. Nativo da Amazônia e do rio Orinoco, que percorre a América do Sul, o candiru ou peixe vampiro é talvez o membro mais famoso da família Trichomycteridae.
O pequeno peixe-gato parasita tem um apetite voraz por sangue e muitas vezes parasita outros peixes ao entrar na câmara branquial para saciar sua fome. Este é o lugar onde nos deparamos com problemas. A fim de localizar as fendas branquiais, o candiru procura por fluxos de água corrente, que é expelida das brânquias. Estas correntes não são muito diferentes das produzidas quando seres humanos nus urinam na água.
Quando localiza uma corrente, o candiru nada para cima e para dentro da passagem disponível (seja a cavidade das guelras de um peixe ou da uretra de um ser humano, ou outro animal). Uma vez lá dentro, ele usa espinhos curtos da sua guelra para se manter no lugar enquanto seus dentes em forma de agulha fazem uma incisão e banham-se com o sangue.

2. O peixe-escorpião

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Assim como no caso do jawfish, também há toda uma família de peixes-escorpião. E esta parentada toda não recebeu esse nome por acaso: eles estão entre os peixes com o veneno mais perigoso do mundo, incluindo várias espécies que são classificadas como as mais venenosas.
A foto mostra o Pteroidichthys amboinensis, que adora enganar os desavisados com seus dons de camuflagem. Ele é um predador que se mescla ao ambiente, espera pela presa e então a inala para dentro de sua boca enorme. Para os humanos, porém, o perigo mora nas costas, cabeça e ao redor dos olhos desse peixe colorido. São nessas áreas que se concentram os ferrões venenosos, que são ativados ao sinal de ameaça. Uma dose grande demais da substância pode ser letal – além de bem dolorida.

1. O peixe-gota

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Talvez seja injusto julgar a beleza de um peixe fora d’água, mas o peixe-gota (“blobfish”, em inglês) parece mais uma pelota de gosma do que uma criatura vivente. Mesmo assim, recentemente ele foi eleito o animal mais feito do planeta. Os peixes-gota vivem no fundo do oceano, onde as pressões são extremamente elevadas, e sua a aparência gelatinosa é uma adaptação brilhante. Sua carne pegajosa lhe permite permanecer flutuante em profundidades onde bexigas gasosas não podem funcionar. Os fãs do escitor Douglas Adams devem concordar que, provavelmente, os cruéis e nojentos vogons não devem ser muito diferentes do primeiro colocado na nossa lista. [Southern Friend Sciencenews.com.au]

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