quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Tudo Sobre a Tragédia da Pesca em Santos

Uma empresa contratada pela Copersucar começou, nesta quarta-feira (23), a fazer a limpeza do cais do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, e a retirar do canal do Estuário os milhares de peixes que apareceram mortos depois do incêndio que atingiu seis terminais de açúcar na semana passada. O vazamento do produto na água pode ter sido a causa da mortandade.
Na água, os peixes mortos se acumulam e a retirada total não tem previsão para acabar. Foram encontrados animais sem vida em várias praias de Santos, Guarujá e até na área de mangues de São Vicente.Na parte seca do porto, o trabalho é grande para remover todo o açúcar queimado que se acumulou no chão, fora dos armazéns, depois do acidente. Uma contenção foi colocada na beira do cais para evitar que mais produto caísse no mar.
O laudo da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que vai confirmar ou não se se eles estão morrendo por conta do açúcar, ainda não foi concluído, mas segundo uma bióloga de Santos, essa deve ser a causa.
Independente do resultado do laudo, o desastre ambiental já causa prejuízos para os pescadores da região, que estão impedidos de sair para trabalhar. O Ministério da Pesca informou que pode adiantar o Seguro Defeso e estuda a possibilidade de uma indenização, mas isso ainda não está definido. A Copersucar afirma que está seguindo todas as normas dos órgãos ambientais.
Terminal completamente destruído durante incêndio no Porto (Foto: Ricardo Nogueira / AFP)Terminal completamente destruído durante
incêndio no Porto (Foto: Ricardo Nogueira / AFP)
Incêndio
As pessoas que trabalhavam no Porto de Santos ouviram uma grande explosão por volta das 6h desta sexta-feira (18). O fogo atingiu seis armazéns de açúcar e deixou quatro funcionários feridos.
O incêndio já é considerado o maior da história do porto santista. A área atingida, de 40 mil metros quadrados, é da Copersucar, maior exportadora de açúcar do Brasil. Segundo a empresa, o incêndio atingiu cerca de 180 mil toneladas de açúcar bruto. Os bombeiros precisaram de 60 homens e um helicóptero para controlar o incêndio, que só foi totalmente extinto no domingo (20). As causas ainda não são conhecidas e estão sendo investigadas.
Impactos econômicos e ambientais
O incêndio no Porto de Santos provocou o aumento do preço do produto no mercado internacional. Segundo a empresa, as toneladas do produto que foram perdidas correspondem a um prejuízo de R$ 78 milhões.
Mortandade de peixes por ter sido ocasionada pelo açúcar que vazou no mar (Foto: Reprodução/TV Tribuna)Mortandade pode ter sido ocasionada pelo açúca
que vazou no mar (Foto: Reprodução/TV Tribuna)
Por causa do acidente, o preço do açúcar subiu 2,6% em Nova York e 3% em Londres. O Brasil é o maior exportador, responsável por 23% da produção mundial de açúcar. Tudo que acontece no país pode mexer com as cotações do mercado internacional. A destruição de 180 mil toneladas do produto equivale a quase cinco dias de exportação.
Milhares de peixes apareceram mortos na manhã de sábado (19) no canal do Estuário, entre Santos e Guarujá. De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Guarujá, Elio Lopes, os peixes podem ter morrido por conta do impacto ambiental que ocorreu devido aos efluentes líquidos gerados durante o combate ao incêndio dos armazéns da empresa. Os peixes mais afetados foram os bagres e baiacus, já que a água deve ter descido na parte mais profunda, onde habitam essas espécies marinhas.
Mero de 150 quilos é encontrado boiando próximo ao Porto de Santos (Foto: Reprodução/TV Tribuna)Mero de 150 quilos é encontrado boiando próximo ao Porto de Santos (Foto: Reprodução/TV Tribuna)
Fonte: g1.globo.com/sp/santos-regiao

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