A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (3), uma operação para combater a pesca predatória nas bacias dos rios Paraná e Parapanema, localizados nas cidades de Diamante do Norte, na região noroeste, Arapongas, na região norte, e Guaíra, na região oeste. Foram expedidos dez mandados de busca e apreensão de documentos, sete mandados de prisão, e três de condução coercitiva, quando a pessoa é encaminhada para prestar depoimento na delegacia.
Dos sete mandados de prisão, cinco foram cumpridos, e duas pessoas seguiam foragidas até a publicação desta reportagem. Além disso, também foram apreendidos 200 kg de pescados e algumas embarcações. A operação foi batizada pelos policiais de “Predador” e as investigações iniciaram em abril de 2013, em Diamante do Norte.
Conforme a PF, a operação revelou uma organização criminosa que realizava a pesca predatória na barragem da Usina de Rosana, na região noroeste, e revendia esses peixes para as empresas de pescado de Guaíra e Arapongas. A investigação também descobriu que colônias de pescadores eram aliciadas pelo grupo e realizavam a pesca mesmo durante o período da Piracema, época que os peixes sobem os rios até as nascentes para desovarem.
De acordo com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), as usinas não são obrigadas a construírem o canal que facilita a passagem dos peixes, e que, segundo a legislação ambiental, a pesca nesses locais é liberada há um quilômetro de distância da barragem para não interferir na reprodução dos peixes.O delegado Alexsander Noronha Dias, responsável pela operação, explica que o crime ocorria com maior frequência em Diamante do Norte porque a usina não possui uma ‘escada’ que ajuda os peixes a subirem a barragem e chegarem até os pontos de desova. “Como os peixes se concentravam na barragem, essas pessoas iam até lá com uma rede e conseguiam retirar com facilidade toneladas de animais”, explica o delegado. As investigações descobriram também que em três dias os criminosos conseguiram retirar dez toneladas de peixes do rio Paranapanema. “Nos últimos meses, dourados, coringas e pacus (espécies de peixes) desapareceram do rio em função desse tipo de pesca”, acrescenta.
Durante as investigações, os policiais descobriram que o grupo atuava desde 2007 e que contava com a ajuda de diversos ‘olheiros’. Eles avisavam a organização sobre a realização de fiscalizações do IAP e da Polícia Militar Ambiental. Segundo a PF, os cinco suspeitos já foram presos em São Paulo pelo mesmo crime e são apontados como os chefes da quadrilha..
Entre os principais crimes cometidos pela grupo, segundo a PF, estão associação criminosa e crime ambiental. Caso sejam condenados, os suspeitos podem pegar até sete anos de prisão. A Polícia Federal vai continuar as investigações para descobrir a localização dos dois suspeitos que estão foragidos e para identificar a responsabilidade das empresas que recebiam o pescado de forma irregular.
Fonte:g1.globo.com/pr/norte-noroeste
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