Temos visto, nos últimos anos, a redução da quantidade e do tamanho de nossos peixes, principalmente no rio São Francisco e afluentes em Minas Gerais, Pantanal do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e Araguaia e afluentes em Goiás. Apesar dos pescadores profissionais serem frequentemente responsabilizados, nós, pescadores amadores, temos uma grande parcela de culpa. Peixes são capturados e abatidos abaixo do tamanho mínimo e acima da cota máxima permitida, por falta de consciência do pescador.
A Cota Zero foi aprovada em meados de 2012, no Mato Grosso, proibindo o transporte de peixe no estado. Porém, foi abrandada em março desse ano, devido à pressão política dos donos de Barcos e Pousadas, sob alegação de prejuízo por “perda de clientes”.
Em Goiás, a Cota Zero entrou em vigor dia 10 de abril de 2013 por três anos, com objetivo de acabar com a pesca predatória, incentivar a pesca esportiva e repovoar os rios. A pesca não está proibida para amadores licenciados; apenas o transporte. O peixe porventura abatido pode ser consumido apenas no próprio local da pescaria, desde que dentro da medida mínima estabelecida por lei.
No Mato Grosso do Sul, a possibilidade de Cota Zero foi descartada também por pressão política dos donos de barcos e pousadas. O exemplo vem da região norte: nos rios da bacia Amazônica, a Cota Zero é imposta pelas próprias pousadas e barcos, sendo o pescador autorizado a praticar apenas a pesca esportiva.
Em Minas Gerais, a situação é crítica. No Rio São Francisco e afluentes, e até em grandes reservatórios, como Três Marias, o peixe é escasso. E isso tende a piorar. Uma medida urgente precisa ser tomada, pois nossos rios estão morrendo.
No entanto, há uma luz no fim do túnel. Por iniciativa de pescadores esportivos de nossa região, está agendada reunião no gabinete do deputado Glaycon Franco para a terça, dia 24, com objetivo de discutir e elaborar projeto de lei a ser apresentado na Assembleia Legislativa do Estado, propondo Cota Zero para Minas Gerais por, no mínimo, 2 anos.
Será a salvação? Não, mas um bom começo. Enquanto a Cota Zero não vem, temos que estimular o pesque e solte, conscientizando nossos colegas que ainda pescam de forma predatória a praticar a pesca esportiva, para que, no futuro, a pesca amadora não se torne apenas estória de pescador.
Por: Marco Aurélio Rossini
Fonte: jornalcorreiodacidade.com.br
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