Uma praga de piranhas tomou o açude de Coremas e vem preocupando muito a secretaria de Pesca do Estado. Diante do problema – que não só prejudica a criação pesqueira, como deixa a vida dos banhistas em perigo – o secretário estadual de Pesca, Sales Dantas (PRB), foi a Brasília e manteve audiência com o Conselho Nacional de Pesca, de onde garante ter voltado com a solução para o caso.
Ao relatar o desequilíbrio que assola a bacia – que impede a colocação de novos alevinos, já que são logo devorados – Sales tratou com os conselheiros da necessidade de uma saída urgente, contudo que essa não fosse simplesmente extrair deliberadamente as piranhas do local.
“Expliquei que não acho interessante para o meio-ambiente do meu Estado concluir que a solução seja o extermínio de uma espécie. Para mim, é acabar com um problema e começar outro – talvez pior. Relembrei aos conselheiros que na Austrália, após muitas mortes por ataques de tubarão, resolveram abrir a caça deliberada. Com o fim dos tubarões, outro problema foi criado: aumentou descontroladamente o número de águas-vivas, que eram comidas por eles. As praias australianas passaram a ser mais perigosas que antes”, explicou Dantas.
Em meio ao debate, o secretário teria questionado se não havia alguma forma de fazer da ‘problemática’ piranha um benefício à população. Segundo Sales, um dos conselheiros se manifestou, dizendo ter em mãos um projeto eficaz de beneficiamento do peixe.
“De imediato vi que essa era a saída. Uma fábrica de beneficiamento da piranha trará inúmeros benefícios à região: fim da praga da piranha; reequilíbrio ambiental; manutenção da existência da espécie; abertura de postos de trabalho; injeção de um novo produto no mercado nordestino, com valor nutritivo inquestionável”, destacou Dantas.
Empolgado com a ideia, Sales explicou como se dará, na prática.
“Vamos financiar a construção da fábrica em Coremas, contudo quem irá mantê-la serão os pescadores da região. O processo é simples: extraída a piranha, ela é posta em um equipamento específico, onde as partes nutricionais importantes do peixe são transformadas em uma pasta consistente, que pode ser utilizada em 42 tipos de pratos diferentes, até na fabricação de hambúrgueres”, explicou.
Outros encontros – Antes da conversa com o Conselho Nacional, Sales também manteve audiência com o ministro em exercício da Pesca, o Brigadeiro Átila Maia (secretário nacional de Pesca). Durante o encontro, Dantas reforçou a necessidade do Governo Federal abraçar os projetos da secretaria paraibana.
“Analisamos juntos oito projetos, um por um. Depois de elogiar muito a ‘sensatez’ das ideias, o ministro garantiu que o Governo não irá ser nenhuma barreira para sua execução, e que verba prometida irá chegar dentro do prazo”, festejou Dantas.
Durante sua peregrinação na Capital Federal, o secretário paraibano também foi recebido pela secretária nacional de Aquicultura, Maria Fernanda. Na reunião foram apresentados projetos para as cidades de Coremas, Bananeiras, na Região da Baia da Traição, Mamanguape, além da criação do central de beneficiamento de pescado na cidade do Conde.
“Precisamos do máximo de parceiros possíveis para a efetivação desse plano estruturante da Pesca do Estado. Estamos focados na mudança da cara da Pesca no nosso Estado. Seguindo as determinações do governador Ricardo Coutinho, nosso objetivo é fazer com que, em poucos anos, deixemos para trás o atraso que estagnou a Pesca da Paraíba nessa última década”, enfatizou o secretário.
Fonte: paraiba.com.br
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